sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A Energia do Capim

O Brasil pode dobrar sua produção de energia plantando capim-elefante!
Descrevo alguns trechos da reportagem especial de André Vargas, da revista @veja sob o título de A Força do CapiMtalismo.
No interior da bahia, uma usina queima capim-elefante para produzir eletricidade. Simples, barato e limpo.
A técnica foi desenvolvida pelo pesquisador Paulo Puterman que descobriu como transformar mato em dinheiro ao adaptar a caldeira da usina para aproveitar ao máximo o potencial energético e os empresários Ana Maria Diniz e Luiz Felipe D´Avila apostaram em uma ideia para o futuro.

Para o plantio, basta uma área de 4000 hectares. A terra não necessita de irrigação nem de melhoria pelo prazo de vinte anos.

A safra do capim-elefante ocorre quando ele atinge cerca de 6 metros de altura. A colheita e a safra são feitas por máquinas agrícolas.

Após triturado, o capim-elefante é incinerado em uma caldeira adaptada para esse fim.

A caldeira abastece um gerador, que envia a energia produzida a uma subestação. Esta equaliza a carga elétrica antes de mandá-la aos cabos de rede de distribuição.

Com 30 megawatts, uma ÚNICA usina-padrão de capim-elefante, como a de São Desidério, na Bahia, é capaz de iluminar pelo ano inteiro uma cidade de 200000 habitantes.

Plantando capim-elefante em áreas de pastagens que, hoje, estão abandonadas ou empobrecidas, o Brasil pode dobrar a sua produção de energia:

  • 388 milhões de hectares é a extensão de terras agricultáveis no país. 15 % dessa área, ou 60 milhões de hectares, é constituída por pastagens degradadas. 13% dessas pastagens, ou 8 milhões de hectares, seria suficientes para produzir mais de 51 gigawatts com capim-elefante, dobrando a atual oferta real brasileira de energia.
Até o momento, o capim-elefante é a fonte de energia mais eficiente encontrada no campo:


  • Capim-elefante: 48 MW por hectare;
  • Eucalipto: 35 MW por hectare;
  • Cana-de-açúcar: 26 MW por hectare.
Baseada em insumos renováveis, a matriz energética brasileira é uma das mais limpas do mundo. O capim-elefante poderia melhorar ainda mais esse quadro aumentando de 4% para 36,4% a composição de biomassa nesta matriz.


Abraços,

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Universos Paralelos: Ficção ou Realidade?

Imagine uma nave atraída por um  buraco negro. O comandante utiliza recursos disponíveis para evitar a tragédia, porém não consegue. A destruição é inevitável quando se chega ao ponto da "singularidade", onde, segundo a teoria da relatividade geral proposta por Albert Einstein, nada escapa, nem mesmo a luz. Porém, o impossível ocorre: ao passar pelo buraco negro, a nave emerge em um universo paralelo.

A cena acima poderia ser de um livro ou filme de ficção. Mas ela poderá ocorrer, segundo a teoria do cosmólogo polonês Nikodem Poplawski, que propôs uma revisão da teoria da relatividade geral de Einstein, o maior nome da Física (ou da ciência) - matéria de Alexandre Salvador, revista @veja.

Segundo Einstein, existem regiões no universo que a força da gravidade é muito elevada e a densidade da matéria é infinita e nada pode escapar da sua atração, nem mesmo a luz.

A teoria da relatividade geral funciona muito bem para corpos grandes, ou seja, descreve precisamente o universo em larga escala, mas não para o universo subatômico. O sonho de vários cientistas é unir a relatividade geral com a física quântica por meio de alguma modificação à teoria de Einstein ou, simplesmente, com uma nova teoria.

Poplawski propõe uma modificação através da adição na equação, proposta por Einstein, da força de rotação dos corpos denominada torção. Essa torção age em oposição à força gravitacional da matéria. Em áreas conhecidas as duas teorias apresentam resultados coerentes. Ponto para o polonês!

Ao refazer os cálculos com a força da rotação dos corpos para condições extremas de densidade, como aquelas encontradas nos buracos negros, os resultados foram diferentes: a torção provocada pela matéria engolida pelos buracos negros acabaria predominando sobre a força de atração gravitacional. 

O efeito seria semelhante ao de uma mola: a matéria é comprimida e, em um ponto crítico, a força repulsiva provocada pela torção supera a da gravidade e a matéria passa a se expandir novamente, podendo dar origem a um universo - inclusive ao nosso.

Não podemos esquecer de que as grandes teorias possuem algo em comum: a simplicidade. 

A ideia da torção é simples e magnífica. Imagino porque ninguém pensou nisto antes, inclusive Einstein. Mas para ser validada é necessário que seja comprovada por observações. No caso da teoria da relatividade geral, o próprio Einstein propôs uma experiência (realizada no Brasil) para constatar o seu argumento.

Caso ocorra, o polonês Nikodem Poplawski realizará o sonho de alcançar ou ultrapassar o maior gênio da história com uma ideia simples e fácil. O difícil vai ser aprender a pronunciar o seu nome!

Abraços,






domingo, 8 de agosto de 2010

Falar e Escrever Bem: Rumo à Vitória

Jerônimo Teixeira e Daniela Macedo, com reportagens de Sérgio Martins e Marcelo Marthe, foram felizes numa reportagem especial que é a capa da revista @veja desta semana.
O Primeiro foco da reportagem foi sobre o Português em debate em relação aos candidatos à presidência da república, uma avaliação muito interessante.
Depois, apontam 10 erros de português que acabam com qualquer entrevista de emprego e algumas dicas para falar e escrever bem.
Finalmente, a boa política de importações em referências aos cuidados com palavras estrangeiras.
Em uma postagem anterior, eu escrevi sobre a importância que as empresas em um mundo globalizado estão preocupadas com a comunicação (escrita e oral). Portanto, quem faz bom uso do português tem uma vantagem, ou seja, melhores chances de contratação.
Ótima reportagem!
Revista para guardar e, principalmente, ler sempre que possível!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O Seu Futuro Emprego!

O profissional do futuro será inserido em um mercado de trabalho globalizado. Para isso, terá que desenvolver competências para uma carreira de sucesso.
Segundo Eliza Tozzi da @vocesa, ao mesmo tempo que as empresas brasileiras aumentam a presença no exterior, o mercado nacional vem abrindo suas portas para estrangeiros. Para enfrentar essa concorrência é necessário desenvolver as seguintes competências:

  • Vontade de Aprender - Sempre se manter atualizado em sua especialidade, abrir horizontes para novas especialidades e aprender diferentes culturas (IDIOMAS,  história, geografia, economia e política) dos países em que sua empresa opera;
  • Capacidade de Comunicação - Sem comunicação não estabelece nenhum tipo de relação profissional;
  • Paixão por Diversidade - Participar de feiras, palestras, workshops em cidades ou estados diferentes faz com que os profissionais vivenciem novas realidades;
  • Capacidade de Adaptação - A palavra-chave para quem quer ser bem-sucedido em experiências internacionais é flexibilidade.
  • Habilidade para Engajar - Uma das competências mais complexas para o desenvolvimento do profissional com mentalidade global, é a aptidão para criar relacionamentos e vínculos.
A autora do artigo termina com a seguinte citação:

Até pouco tempo, ser global era um luxo para poucos. Hoje, o mundo veio até você. É hora de conquistá-lo.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

E os carros elétricos?!

Atualmente encontramos comentários sobre carros elétricos como uma das soluções para a poluição atmosférica devido a emissão de gases, principalmente o gás carbônico ou dióxido de carbono. Mas até que ponto esse tipo de veículo é ecológico? De onde vem a energia que vai recarregar a bateria dos carros elétricos? A resposta está no que chamamos de poluição oculta dos carros elétricos, conforme uma pesquisa americana divulgada por Michael Moyer para @sciam.

Imagine a seguinte cena: A energia do motor elétrico é fornecida por uma bateria que se conecta a uma tomada, como aquela na sua garagem. Não tem motor de combustão interna, tanque de combustível e nem escapamento. Muito silencioso. E quando está rodando nas ruas é mesmo um veículo de emissão zero. Mas à noite, dentro da sua garagem, a bateria precisa repor a energia gasta durante o dia com elétrons frescos colhidos na usina mais próxima. E isso não é emissão zero.

Não podemos de esquecer que a contabilização real do impacto ambiental desses carros precisa incluir as emissões das usinas elétricas que fornecem sua energia.

A conclusão da pesquisa é simples: para energias nucleares e renovável, como as usinas hidrelétricas, o carro elétrico compensa.  Para quem mora em lugares onde o gás natural predomina, os veículos elétricos reduzirão as emissões de gás carbônico podendo ser até 40% inferiores às emissões de um carro híbrido comum. Entretanto, em regiões onde a fonte predominante é o carvão (caso da China, por exemplo), os veículos elétricos aumentarão a quantidade de gás carbônico emitido na atmosfera.

Em outras palavras, a viabilidade do carro elétrico dependerá de onde será conectado a tomada para recarregar a bateria.

Abraços!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Computação Quântica: Um Sonho?

A primeira pergunta que se faz: O que é computação quântica?

Portanto, a pergunta correta pode ser outra: Como funciona a computação quântica?

Primeiro é necessário entender o elétron que tem propriedades de uma partícula e de uma onda... e onda eletromagnética. Essas propriedades são influenciadas pela posição do elétron (a sua distância do núcleo) e o seu movimento seja em torno do núcleo, mas também da rotação em torno do próprio eixo, essa orientação é denominada spin. Um elétron tem 50% de está girando em um sentido e 50%, no sentido contrário. E o importante, dois elétrons no mesmo nível de energia movimentam em sentidos opostos, por exemplo, se um movimenta no sentido da direita para esquerda, o outro seria da esquerda para direita.

Na computação química essa orientação é adotada como QUBIT que teria dois estados: SPIN UP e SPIN DOWN, respectivamente, 1 e 0. Alguns estados quânticos permitem superposições que envolvem SPIN UP e SPIN DOWN simultaneamente.

Até o momento eu citei apenas uma partícula. Imagine, um pequeno número de partículas em estados de superposição podem conter uma quantidade incrível de informação: Uma partícula poderia conter 2¹, por sua vez mil partículas podem estar em uma superposição que represente cada número de 1 a 2¹ººº (aproximadamente 10³ºº). Em outras palavras, um computador quântico poderia manipular todos esses números PARALELAMENTE, por exemplo, bombardeando as partículas com pulsos de raios laser.

Um detalhe importante: temos tecnologia para realizar esta proeza? Sim.
Mas porque não fazemos?

O problema está no final do processamento: Quando os estados das partículas são medidos no final do cálculo, todas as versões aleatórias dos 10³ºº estados paralelos desaparecem, menos uma. Uma manipulação engenhosa dessas partículas poderia resolver certos problemas extremamente rápidos.

A solução pode ser um bom algoritmo para o computador quântico que processe da seguinte forma: 

  • uma resposta errada, os processos computacionais se cancelam;
  • os processos que levam a uma resposta correta, se somam para que os dados da informação não se perca no final.
Opa!!! Nada mais, nada menos que um novo modelo de algoritmo de busca de Inteligência Artificial (ou Computacional) - Os meus alunos ou ex-alunos de Inteligência Artificial sabem o que significa algoritmo de busca - deverá surgir nos próximos anos para viabilizar esse sonho!


Mas desenvolver esse algoritmo significa entender o comportamento da mecânica quântica das partículas, o "calcanhar de Aquiles" dos físicos e químicos.

Portanto, continuamos sonhando... por enquanto.

Um Grande Abraço!
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